sábado, 25 de abril de 2009

Vício de palavras grandes

Confesso, sou um viciado em dizer palavrões, alto e claro, que é o que mais interessa. Em bom tom, não vou revelar os meus favoritos, mas que a cada decepção ou dificuldade, um deles, dos mais cabeludos, alivia a alma. Como se fosse uma válvula de escape que permite organizar os pensamentos por meio de profundas respiradas e suspiros.
Acredito que exista um padrão - uma preferência nacional dos jornalistas - por eles. Alguns, mais educados, ficar apenas num "droga". Mas sou um inveterado falador de palavrões, geralmente relacionado aos órgãos genitais, e talvez algum freudista veja nisto algo do meu inconsciente que não estou, claro, consciente.
O problema que, como todo drogado, tenho que usar meus palavrões longe dos outros. Afinal, não gostaria de ver minha afilhada de dois anos imitando o "dindo", se bem que a menina está a caminho deles, falando "bobo" e "feio", num prenúncio de coisa pior que vem por aí. Confesso que as vezes escapa, e ficando torcendo para que os ouvidinhos tenham deixado passar batido sem gravação. O que é bem difícil de acontecer.
No mundo corporativo, ondo os ambientes são tão asseados e organizados, com gente tão aparentemente educada, não se pode usá-los, sem que todos os olhos se voltem constrangedoramente para sua mesa de trabalho. Tá certo que nas idas ao banheiro, dá para soltar alguns, mas a altura da voz pode entrar nos ouvidos das paredes, e daí já viu. O melhor mesmo é andar pelas ruas - desertas - ou dentro do carro, onde você pode ligar o som a um bom volume ou fechar os vidros e se esbaldar em expelir os que de mais impacto se possa ter.
Talvez no futuro da humanidade, tenha alguma disclinas nas escolas, tipo a ética do palavrão - como usar com sucesso essa ferramenta que tanto marcou as tentativas das grandes invenções ou soluções de problemas mecânicos, metafísicos, diários, pessoais e coletivos. Tomara que não demore, porra.

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