domingo, 26 de agosto de 2012

Sem constrangimentos


A liberdade de expressão começa pelo direito dos profissionais de imprensa ter total direito a se expressar. Frase infeliz: começa pelo direito de todo e qualquer cidadão pensar e dizer o que pensa. No caso dos jornalistas,  é preciso frisar que não pode haver  interferências das corporações onde atuam. Não são seus donos ideológicos.

 O uso de redes sociais como twitter e facebook  pelo jornalista enquanto cidadão não pode sofrer interferência e constrangimentos para que se expresse conforme a política da empresa onde atua, em detrimento do ponto de vista próprio, em que acredita.  
É preciso separar o profissional,  em tempo de trabalho, do caráter privado do indivíduo. Evidente que nos dois casos o jornalista tem que responder pela conseqüência de seus comentários e análises da realidade.

Seja atuando profissionalmente ou apenas tuitando e faceboqueando no tempo livre, pode responder a crimes como calúnia - caso pise na bola.
As  empresas tem o direito sim de exigir que em período de expediente o profissional se abstenha de postar comentários pessoais nas redes. Mas querer ditar o que deve ser divulgado pela pessoa é autoritarismo, mesmo que disfarçado por “conselhos de bom tom”.

Estamos em época eleitoral, e as redes fervem de comentários sobre tudo e todos. Seria crime um jornalista da mídia postar que apóia a este ou aquele candidato em seu tempo livre, porque a empresa dele quer manter uma imagem de isenção no processo político? Ou criticar comentários no horário eleitoral gratuito de certa candidatura?
 Não, é posição transparente! Inclusive grandes corporações midiáticas abrem o jogo sobre suas preferências em editorais. Aplausos a estes. O público, ao saber da preferência, tem condições de julgar melhor o trabalho profissional e ética do veículo ou do jornalista.

Em matéria publicada na Revista de Jornalismo da ESPM (Jul-ago-set de 2012), Dan Gillmor aponta bem o risco do controle das opiniões na grande rede:
“A promessa da internet era profunda:um meio democrático, descentralizadíssimo, no qual qualquer um publicaria o que quisesse, podendo ser ouvido. A reação das empresas e governos ameaçados pela rede é recentralizar. Pode ser, simplesmente, a natureza do capitalismo e do Estado modernos, com forças do controle ganhando poder a cada dia. Mas é uma ameaça ao jornalismo e à inovação. Jornalistas finalmente começam a se dar conta. Resta esperar que não seja tarde demais”.  
Por isso, cada macaco no seu galho, porque liberdade é a soma de todas as opiniões e regra essencial ao sistema democrático e liberal.   









Nenhum comentário: