terça-feira, 7 de agosto de 2012

Tô fazendo a minha parte

Trim.Alô, sou ouvinte e quero falar de um problema no meu bairro. Na rádio este tipo de ligação é comum,  mas uma afirmação em seguida ganha relevo:
- Como cidadão, tô fazendo a minha parte, tô avisando a rádio para ela fazer a parte dela.
Na pressa da atividade de produção radiofônica, não havia espaço para mostrar que o ponto de vista do ouvinte é o problema desse país. O papel do cidadão é intransferìvel nem terceirizável.
Os problemas de uma comunidade, do buraco de rua ao vazamento de água, da queda de energia à   insegurança das ruas, entre tantos outros é responsabilidade do poder público, seja qual for. Mas na nossa cultura de comodismo, o cara se acha herói porque apontou o problema para conhecimento da rádio. E nem liga muitas vezes para os 0800 disponíveis ou procura o vereador, o prefeito, o deputado, o governador ou a presidência da república.
Chegou-se já ao ponto de que um cidadão protestar em posto de saúde e o atendente dizer: pra resolver só ligando para a rádio ou chamando a TV.
Como jornalistas não podemos cair nesse armadilha de utillizar o serviço de informação para estimular um assistencialismo radiofônico. O cidadão tem que levantar a bunda da cadeira e ir em busca da solução com a parte competente. Sua dificuldade é que deve ser noticiada. E o papel da imprensa é fazer uma análise permanentemente crítica e criteriosa dos casos que recebe.
É esse o jogo, cada um faz a sua parte, o cidadão, a imprensa e o Estado. 



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