quinta-feira, 26 de março de 2009

Homenagem à Bukowski

Estamos no meio da sociedade, sem a qual você não garante a porra da cerveja gelada no bar. Sento, peço uma, conto as moedas e garanto a segunda garrafa a ser servida. Temos de tudo e não nos falta nada aqui nesse país de liberdade e oportunidades. Então por que é que estou aqui com a vida vazia? Se a cerveja abundar, vou me iludir por hoje comendo alguma xoxotinha pra lá de socada na madrugada, sem amor e rumo à ressaca de amanhã. Ou então ir ao banheiro vomitar, tomar um gole dagua com as mãos em concha no banheiro e voltar a beber, com cabelo molhado sob a torneira enferrujada e penteado minimamente. O que acontece? Me parece que a América, assim como Roma antiga, chega as alturas completamente zonza, e em vez de enfrentar a situação, encarar, vai se embriagando sem outro norte que não o já alcançado frente ao mundo, uma idéia surreal, fantasia bizarra muito nossa. E vamos fazendo as coisas doidas e horrendas acreditando que é tudo normal, dentro da lei natural ou social. E então vamos tropeçando nas próprias pernas ou nas dos outros, e em vez de sorry, vamos de fuck you, olhando para o céu. Se fico aqui no meu canto desse bar delirando é porque admito que a nossa querida sociedade está completamente fudida e não foi bom para ela, nem um pouco. Mas também não acrescentarei mais um trema a esta loucura. Minha bunda vai ficar achatada e o meu rim deplorado. As regras do jogo não fazem sentido sem que ele esteja acontecendo. Pena que não sou um monge e sim um bêbado, mas existem monges e bêbados, dita toda a vrdade. Será que John, o dono do boteco, me vende mais uma meia dúzia de geladas fiada?

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