sexta-feira, 22 de maio de 2009

2009 - o ano em que li D.Quixote I e II

Já não morro sem ter lido essa obra considerada clássica. E o que mais poderia dizer do que ainda não foi dito sobre o livro? O genial Miguel de Cervantes era o próprio personagem, colocando suas conclusões inteligentes sobre a vida em uma concepção maior e tão profunda sobre valores, comportamentos, moral, tudo tudo. Daquele tipo de autor que desenvolve um ritmo de texto e atinge como os grandes escritores um espécie de nirvana literário. Ao chegar lá, viram uma espécie de meio de transporte do éter ao papel.
E quem há de negar que também inventamos nossos monstros que nos amendrontam e que não existem, no mesmo tamanho exagerado da imaginação de D. Quixote? Medo de bandido, traição amorosa, chefes, funcionários, polícia, sogra, irmão. Com estes imaginamos o pior por uma simples contrariedade passageira que levou a uma construção pavorosa daquele inimigo oculto.

Se o fidalgo D.Quixote era do tipíco caso de loucura de atar, e Sancho, o governador de uma ilha cercada de terra o ideal da razão, não sei dizer ao certo, pois os dois eram parvos, um por visão estreita da vida de querer ganhar recompensa, e o velho, alquebrado, no seu rocim, por ser visionário.
Mas D.Quixote também dividia suas atitudes entre a doidice com a clareza de idéias e morais a que os homens devem ou deveriam sempre a defender. Quem mais louco era; o cavaleiro errante ou o nobre e sua mulher que tantas encenações realizaram para legitimar uma farsa perversa e má, por deleite e escárnio?
Mais que uma época, a obra é impactante por entrar na alma do ser humano. Pronto, já estou repetindo o que já foi dito.