A liberdade
de expressão começa pelo direito dos profissionais de imprensa ter total direito
a se expressar. Frase infeliz: começa pelo direito de todo e qualquer cidadão
pensar e dizer o que pensa. No caso dos jornalistas, é preciso frisar que não pode haver interferências das corporações onde atuam.
Não são seus donos ideológicos.
O uso de redes sociais como twitter e facebook
pelo jornalista enquanto cidadão não pode
sofrer interferência e constrangimentos para que se expresse conforme a
política da empresa onde atua, em detrimento do ponto de vista próprio, em que
acredita.
É preciso
separar o profissional, em tempo de
trabalho, do caráter privado do indivíduo. Evidente que nos dois casos o
jornalista tem que responder pela conseqüência de seus comentários e análises
da realidade.
Seja atuando
profissionalmente ou apenas tuitando e faceboqueando no tempo livre, pode responder
a crimes como calúnia - caso pise na bola.
As empresas tem o direito sim de exigir que em período
de expediente o profissional se abstenha de postar comentários pessoais nas
redes. Mas querer ditar o que deve ser divulgado pela pessoa é autoritarismo,
mesmo que disfarçado por “conselhos de bom tom”.
Estamos em
época eleitoral, e as redes fervem de comentários sobre tudo e todos. Seria
crime um jornalista da mídia postar que apóia a este ou aquele candidato em seu
tempo livre, porque a empresa dele quer manter uma imagem de isenção no
processo político? Ou criticar comentários no horário eleitoral gratuito de
certa candidatura?
Não, é posição transparente! Inclusive grandes
corporações midiáticas abrem o jogo sobre suas preferências em editorais.
Aplausos a estes. O público, ao saber da preferência, tem condições de julgar
melhor o trabalho profissional e ética do veículo ou do jornalista.
Em matéria
publicada na Revista de Jornalismo da ESPM (Jul-ago-set de 2012), Dan Gillmor
aponta bem o risco do controle das opiniões na grande rede:
“A promessa
da internet era profunda:um meio democrático, descentralizadíssimo, no qual
qualquer um publicaria o que quisesse, podendo ser ouvido. A reação das
empresas e governos ameaçados pela rede é recentralizar. Pode ser,
simplesmente, a natureza do capitalismo e do Estado modernos, com forças do
controle ganhando poder a cada dia. Mas é uma ameaça ao jornalismo e à
inovação. Jornalistas finalmente começam a se dar conta. Resta esperar que não
seja tarde demais”.
Por isso,
cada macaco no seu galho, porque liberdade é a soma de todas as opiniões e
regra essencial ao sistema democrático e liberal.