terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Lalá, a lagartixa guerreira
por Luciano Almeida
Lalá é uma lagartixa guerreira. Vive grudada nas paredes verdes lá de casa e sai para passear à noite com suas parentes, igualmente verdes como ela.
Mas a vida das lagartixas, assim como as nossas, não é nada fácil. Ela tem que comer, e só come se caçar pequenos insetos que caibam na sua boquinha sem dentes
Ela arma o bote, vai pra cima, fiquei sabendo que emite ondas de alta frequencia que desnorteiam mosquitos e semelhantes de variedade impressionante.
Hoje mesmo vi ela, como uma guerreira, armar a estratégia para se alimentar. Estava na parte alta da parede verde, iluminada numa área com rede e depósito de gas de cozinha, num L invertido.
Lentamente, foi descendo ao ver um inseto preto no chão da minha área, desdenhando para apanhar o jantar. Mas em menos de três minutos desceu e abocanhou a presa.
Cuspiu em seguida. Era um cascudinho indigesto, ninguém merece.
Fosse ela ficaria desolado, mas a ela, assim como nós, só restar viver e seguir em frente.
E quando o rombo no estômago parecia insuportavél, parou de ventar e muitos mosquitos descansaram suas patinhas nervosas pela parede.
Lalá comeu a vontade e se fartou, a ponto de partir para o primeiro namoro com um lagartixo da sua idade.
Era a forma de Deus dizer: se te botei no mundo também vou te alimentar, Mas, assim como nós, tem que correr atrás e nunca desistir