quinta-feira, 15 de abril de 2010

o tirano

Eis que o tirano passeou por seu pátio e nada quis ver das árvores que lhe assoviavam com o vento de popa do terreno murado. Ele era um cara terrível, arrogante, insensível, vingativo, ressentido e com outros vícios da vaidade humana.
Ninguém prestava para ele, só ele, inconscientemente sabia disso e até em lampejos de lucidez. Em sua filosofia de vida, não deveria se deixar contaminar pelos comportamentos que valorizavam só as coisas frívolas, materialistas e de valor de aparências, hipocrisia, falsidade, e outras baixezas da alma da maioria.
Não tinha ilusões em relação aos interesses dos que lhe cercavam, até e principalmente a respeito dos mais íntimos. Disfarçava bem, hipócrita como aqueles que tanto apontava nas ruas e praças, em reuniões.
Se reiventar, revolucionar, palavras vazias perto do curso dos acontecimentos e iniciativas de uma pessoa. Pois tentou acreditar que o importante era o fazer, o atentar e não o dizer. E foi jogar bola.